Um dos principais problemas enfrentados pela Educação a Distância no Brasil é a situação dos tutores.
A escolha da palavra já é infeliz. Para Bruno e Lemgruber (2009), a nomenclatura deveria ser descartada ou reconceituada:
A escolha da palavra já é infeliz. Para Bruno e Lemgruber (2009), a nomenclatura deveria ser descartada ou reconceituada:
estamos, intencionalmente, utilizando o termo professor-tutor por considerarmos que o tutor a distância é também um docente e não simplesmente um animador ou monitor neste processo, e muito menos um repassador de pacotes instrucionais. Este profissional, como mediador pedagógico do processo de ensino e de aprendizagem, é aquele que também assume a docência e, portanto, deve ter plenas condições de mediar conteúdos e intervir para a aprendizagem. Por isso, na prática, o professor-tutor é um docente que deve possuir domínio tanto tecnológico quanto didático, de conteúdo.
[...]
[não se justifica] a denominação de tutoria, que descaracteriza a função docente para profissionais que assumem a mediação pedagógica.”Nesse sentido, é possível falar em precarização do trabalho docente na EaD:
É notável, sem dúvida, certa perversidade no tocante a essa pluralidade na docência, pois denota tanto a diluição do papel e da função do professor, quanto pode promover a desprofissionalização docente, na medida em que suas ações são retalhadas, fragmentadas e com elas todo o processo de ensino e de aprendizagem.”
Outra questão que reforça o rebaixamento do trabalho docente é a remuneração extremamente baixa que um tutor recebe por exemplo na UAB, além de essa remuneração se caracterizar como bolsa de duração limitada, o que não promove vinculação entre o tutor e a instituição. Como indicam Lapa e Pretto (2010), essa não institucionalização do trabalho docente caracteriza o trabalho dos tutores na UAB, contratados em regime precário para desempenhar o papel de professor, descrito em resoluções que:
enquadram esses profissionais como bolsistas, não lhes dando nem mesmo o direito a declaração de trabalho mencionando a função ‘professor’, evitando com isso a consolidação de vínculos empregatícios e a sua inserção na categoria simbólica de profissionais da educação. Em síntese, nessas condições, o que se tem é uma enorme precarização do trabalho docente, que se desdobra, na prática, entre outras coisas, por meio da baixa remuneração, que acaba por excluir profissionais qualificados, e da falta de reconhecimento profissional.”O movimento Tutor é Professor vem discutindo e se mobilizando em relação a essa situação.
Qual a sua visão sobre o tutor na EaD no Brasil? Dividir é a melhor estratégia?
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